sábado, 18 de dezembro de 2010

Alzheimer: Sopa Mitocondrial

Na doença de Alzheimer as evidências fisiopatológicas apontam para um defeito da fosforilação oxidativa mitocondrial com diminuição da produção de ATP nos locais mais afetados pela doença e também uma diminuição de fosfoetanolamina e etanolamina nestas regiões, substâncias que fazem parte da membrana celular e da membrana mitocondrial e que estão diretamente envolvidas com a produção de ATP via cadeia respiratória mitocondrial. 

Atualmente está em andamento trabalho piloto empregando a fosfoetanolamina e medidas nutricionais para aumentar a eficácia da fosforilação oxidativa (sopa mitocondrial: 


riboflavina, nicotinamida, coenzima Q10, vitamina C , vitamina K3, l-carnitina, l-taurina, magnésio) com resultado parcial muito animador

Extraído de: 

Doença de Alzheimer : Novas Perspectivas de Tratamento – ATP e Fosfoetanolamina


Prof. Dr. José de Felippe Junior

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Doença de Alzheimer : Novas Perspectivas de Tratamento – ATP e Fosfoetanolamina


Prof. Dr. José de Felippe Junior



Introdução

A Doença de Alzheimer está se tornando mais freqüente à medida que aumenta a sobrevida média da população afetando de 5 a 15% das pessoas com idade superior a 65 anos (Katzman – 1986). Com o aumento da idade ocorre um declínio progressivo da função de vários orgãos sendo o mais sensível os neurônios do cérebro. Um pequena proporção de pacientes possuem uma forma geneticamente transmitida por herança autossômica dominante, porém a maioria apresenta a doença de uma forma esporádica e sem relação com a tranmissão genética. O principal sintoma é a perda progressiva da memória.
As alterações patológicas encontradas na doença de Alzheimer envolvem o hipocampus e o neocortex, especialmente dos lobos temporais onde se encontram as lesões características da doença, isto é, as placas neuríticas beta-amiloides e o emaranhado neurofibrilar.
Muito se tem feito em pesquisas e tratamentos, porém até o presente momento não se encontrou a terapêutica definitiva. Entretanto, os autores têm descrito na literatura médica indexada e de bom nível importantes elementos da fisiopatologia desta doença que nos permitem pensar que estamos muito perto de alcançarmos uma estratégia terapêutica eficaz.
Para manterem as suas funções as células do nosso organismo devem produzir energia: ATP (trifosfato de adenosina). Sem energia a célula não consegue sintetizar hormônios, enzimas e neurotransmissores como a acetilcolina de capital importância na memória, na concentração e em muitas outras funções cerebrais.
As duas vias principais de geração de ATP são a glicólise anaeróbia (citoplasma) e a fosforilação oxidativa (mitocondria), sendo esta última 17 vezes mais eficaz na geração de energia. As mitocondrias são as organelas que produzem a maior parte dos ATP necessários para as função normal do neurônio e para a sua sobrevivência.
Recentemente vários autores constataram importantes alterações da fosforilação oxidativa em pacientes portadores de doença de Alzheimer. Parker demonstrou deficiência do complexo IV da cadeia respiratória mitocondrial ; Zubenko demonstrou deficiência dos complexos II e III e Sorbi verificou diminuição da enzima piruvato-dehidrogenase no cérebro de pacientes com Alzheimer.
O significado destas alterações mitocondriais devem ser interpretadas com cautela porque não sabemos ao certo se elas são a causa ou o efeito da doença. Entretanto, na fase inicial da doença o que predomina no cérebro destes pacientes é uma importante alteração do metabolismo energético ( Duara – 1993). De fato, à medida que a doença progride Mielke observou em estudos seqüenciais com tomografia por emissão de positrons, uma diminuição sistemática da utilização de oxigênio e glicose e Friedland observou um precoce defeito do metabolismo da glicose em regiões dos lobos temporal e parietal que são justamente os locais onde se encontram as placas neuríticas.
Muitos pesquisadores encontraram evidências diretas de defeitos da cadeia respiratória mitocondrial na doença de Alzheimer. Preparados mitocondriais de cérebros doentes demonstraram uma redução de 40% na atividade do Complexo I e 53% de redução da atividade do Complexo IV o chamado complexo citocromo oxidase ( Parker-1990 e Parker – 1995 ). Estas reduções de atividade dos componentes da cadeia respiratória mitocondrial são predominantes justamente nas regiões temporais e parietais ( Kish – 1992 , Mutisya – 1994 e Chagnon – 1995 ). Estudos histoquímicos confirmaram o defeito da atividade do complexo IV ( Simonian – 1993).
Existem evidências epidemiológicas que sugerem maior incidência de Alzheimer nas mães do que nos pais dos pacientes com Alzheimer , sugerindo o papel da herança materna de mitocondrias com mutação de DNA. ( Edland – 1996).

Fosfoetanolamina e Etanolamina na Doença de Alzheimer

A fosfoetanolamina (PEA) e a etanolamina (EA) estão presentes no cérebro normal em grandes quantidades (Perry-1971). Essas aminas estão envolvidas no metabolismo dos fosfolípides e são precursoras da fosfatidiletanolamina e da fosfatidilcolina , dois dos quatro fosfolípides que compõe a membrana celular (Pocellati –1971 e Corazzi – 1986). Foi demonstrado por vários pesquisadores que a PEA e a EA são liberadas por despolarização em algumas circunstâncias, embora não se saiba qual é o verdadeiro significado fisiológico desta constatação (Wolfsensberger – 1982, Maire – 1984, Corazzi-1986 e Pershak – 1986 ).
Em 10 pacientes com idade média de 76,6 anos com doença de Alzheimer confirmadas neuropatologicamente, foram dosados a fosfoetanolamina e a etanolamina nas regiões de predileção da doença, utilizando-se a cromatografia de alta performance com detecção eletroquímica. Os dados foram comparados com cérebros normais da mesma idade.
Os autores constataram que os níveis de fosfoetanolamina se encontravam 64% reduzidos no cortex temporal (área 21 de Brodmann), 48% no cortex frontal (área 9 de Brodmann) e 40% no hipocampus. Estas dados foram estatisticamente significantes quando comparados com cérebros normais da mesma idade. Os níveis de etanolamina se encontravam 33% reduzidos no cortex parietal ( área 3-1-2 de Brodmann) e 12% no cortex occipital (área 17 de Brodmann) porém , esses dados não alcançaram significância estatística (Ellison –1987).
As funções precisas da fosfoetanolamina (PEA) e da etanolamina (EA) no tecido nervoso são desconhecidas. No coelho a EA entra na retina por transporte ativo (Pu - 1984) ; no pombo ela é liberada por estimulação do nervo óptico (Wolfsensberger - 1982) e no rato é liberada nos núcleos da ponte por estimulação elétrica.(Pershak - 1986).A etanolamina modula respostas ao ácido gama-aminobutírico e à glutamina. em pombos (Wolfsenberger – 1982).
No coelho a PEA é liberada do hipocampus após despolarização com potássio, glutamato ou metil-aspartato. A liberação de PEA está sempre associada com o aumento da concentração de taurina. A interação entre taurina e PEA foi confirmada quando se mostrou que a taurina exógena e os bloqueadores da recaptação de taurina aumentam os níveis de PEA. O metil-aspartato induz a liberação de taurina e PEA dos locais dendrosomaticos, mas não dos sinaptosomáticos (Lehmann – 1984 e 1985).
A EA se converte em PEA no sistema nervoso sob a ação da etanolamina-kinase. No próximo passo, através da via de Kennedy, forma-se a fosfatidiletanolamina, um dos quatro fosfolípides componentes da membrana celular (Pu - 1984). Uma segunda via envolve o cálcio estimulando a incorporação de serina, etanolamina e colina nos fosfolípides endógenos já existentes, em reações que não precisam de ATP (Porcellati – 1971). Lembremos que a colina é uma trimetil-etanolamina que se transforma por acetilação em acetilcolina o principal neurotransmissor envolvido na memória.
Recentemente foi descrito na substância branca do cérebro de pacientes com Alzheimer uma redução do conteúdo de mielina (Brun – 1986 e Malone - 1985). No cortex destes pacientes encontra-se aumento de fosfomonoesteres e fosfodiesteres e anormalidades envolvendo o glicerol 3-fosforilcolina.(Barany – 1985, Pettigrew – 1986 e Miatto - 1986) , porém, estas anormalidades não estão associadas com o aumento da atividade da fosfolipase D , que na verdade está diminuída no Alzheimer (Kanfer - 1986). É possível que a PEA e a EA poderiam influenciar vias de controle da produção de colina e de fosfolípides na doença de Alzheimer (Maire - 1984).
A diminuição da PEA e da EA no Alzheimer pode interferir com a eficácia das sinapses e com a função da membrana celular neuronal. Por outro lado a PEA está envolvida com a fosforilação oxidativa mitocondrial. Quantidades ideais de PEA no organismo geram fosfatidiletanolamina e fosfatidilcolina componentes essenciais da membrana celular e mitocondrial.
Segundo o trabalho de Ellison, são as regiões do cortex temporal com maiores reduções de PEA e EA, onde ocorrem as maiores alterações patológicas, evidenciando o importante papel destas duas aminas na fisiopatologia do Alzheimer. Outros autores também constataram marcante redução de PEA e EA no cortex temporal (Mann-1985).

Conclusão
Na doença de Alzheimer as evidências fisiopatológicas apontam para um defeito da fosforilação oxidativa mitocondrial com diminuição da produção de ATP nos locais mais afetados pela doença e também uma diminuição de fosfoetanolamina e etanolamina nestas regiões, substâncias que fazem parte da membrana celular e da membrana mitocondrial e que estão diretamente envolvidas com a produção de ATP via cadeia respiratória mitocondrial.
Atualmente está em andamento trabalho piloto empregando a fosfoetanolamina e medidas nutricionais para aumentar a eficácia da fosforilação oxidativa ( sopa mitocondrial: riboflavina, nicotinamida, coenzimaQ10, vitamina C , vitamina K3, l-carnitina, l-taurina, magnésio ) com resultado parcial muito animador.
Referências Bibliográficas
1. Barany, M., Chang, Y.C., Arus, C., Rustan, T., Frey, W.H. Increased glycerol-3-phosphorylcholine in postmortem Alzheimer’s brain, Lancet, 1-517, 1985.
2. Brun, A, Englund, E., A white matter disorder in dementia of the Alzheimer type : a pathoanatomical study, Ann. Neurol., 19, 253-262, 1986.
3. Chagnon, P. , Betard, C., Robitaille, Y. Distribution of brain cytochrome oxidase activity in various neurodegenerative diseases. Mol Neurosci 6: 711-715, 1995.
4. Corazzi, L., Porcellati, G., Freydz, L., Binaglia, L., Roberti, R. Arienti, G. Ethanolamine base-exchange reaction in rat brain microsomal subfractions, J. Neurochem., 46,202-207, 1986.
5. David, W., Ellison, M. Flint Beal, Joseph, B. Martin. . Phosphoethanolamine and ethanolamine are decreased in Alzheimer’s disease and Huntington’s disease . Brain Research, 417, 389-392, 1987.
6. Duara, R, Lopez-Alberola RF, Barker,W.W. A comparison of familial and sporadic Alzheimer’s disease . Neurology 43: 1377- 1384, 1993.
7. Edland, S.D., Silverman, J.M, Peskind, E.R.. Increased risk of dementia in mothers of Alzheimer’s disease cases: evidence for maternal inheritance . Neurology 47: 254-256, 1996.
8. Friedland, R.P., Budinger, T.F., Koss, E. Alzheimer’s disease : anteriorposterior and lateral hemispheric alterations in cortical glucose utilization. Neurosci Lett 33:235-240, 1985.
9. Kanfer, J.N., Hattori, H. Oritiel, D. Reduced phospholipase D activity in brain tissue samples from Alzheimer’s disease patients , Ann. Neurol., 20, 265-267, 1986.
10. Katzman, R. Alzheimer’s disease. New Engl J Med 314: 457-465, 1986.
11. Kish, S.J., Bergeran, C., Rajput A.. Brain cytochrome oxidase in Alzheimer’s disease . J. Neurochem 59: 776-779, 1992.
12. Lehmann, A., Hamberger, A. A possible relationship between extracellular taurine and phosphoethanolamine in the hippocampus, J. Neurochem, 42, 1286-1290, 1984.
13. Lehmann, A., Lazarewicz, J.W., Zeise, M., N-Methylaspartate-evoked liberation of taurine and phosphoethanolamine in vivo : site of release , J. Neurochem., 45, 1172-1177, 1985.
14. Maire, J.-C.E., Wurtman, R.J. Choline production from choline-containing phospholipids : a hypothetical role in Alzheimer’s disease and aging, Prog. Neuro-psychopharmacol . Biol. Psychiatry, 8, 637-642, 1984.
15. Malone, M.J., Szoke, M.C. Neurochemical changes in white matter : aged brain and Alzheimer’s disease, Arch. Neurol., 42 , 1063-1066, 1985.
16. Miatto, O., Gonzalez, G. Buonanno, F.S., Blumberg, H., Selkoe, D.J., Growdon, J.H. , 31-Phosphorus nuclear magnetic resonance studies in dementia. Neurology, 36- 105, 1986.
17. Mielke, R. Herholz, K. Grond, M. Clinical deterioration in probable Alzheimer’s disease correlates with progressive metabolic impairment of association areas. Dementia 5: 36-41, 1994.
18. Mutisya E.M., Bowling, A.C. Beal, M.F. Cortical cytochrome oxidase activity is reduced in Alzheimer’s disease . J. Neurochem 63: 2179-2184, 1994.
19. Parker , W.D., Filley, C.M., Parks, J.K.. Cytochrome oxidase deficiency in Alzheimer’s disease, Neurology, 40, 1302-1303, 1990.
20. Parker, W.D., Parks, J.K., Filley, C.M.. Electron transport chain defects in Alzheimer’s disease brain. Neurology 44: 1090-1096, 1994.
21. Parker, W.D., Parks, J.K.,Cytochrome e oxidase in Alzheimer’s disease brain: Neurology 45:482-486, 1995.
22. Perry, T.L., Berry, K., Hansen, S., Diamond, S., Mok, C., Regional distribution of amino acids in human brain obtained at autopsy , J. Neurochem ., 18, 513-519, 1971.
23. Pershak, H., Wolfensberger , M., Do, K.Q., Dunant, Y. Cuenod , M., Release of ethanolamine , but not-serine or choline, in rat pontine nuclei on stimulation of afferents from the cortex, in vivo , J. Neurochem, 45, 1338-1343, 1986.
24. Pettigrew, J.W., Minshew, N.J., Cohen, M.M., Kopp, S.J., Glonek, T., P-32 NMR changes in Alzheimer’s and Huntington’s disease brain , Neurology, 34-281, 1984.
25. Porcellati, G., Arienti, G., Pirotta, M. , Giorgini, D., Base-exchange reactions for the synthesis of phospholipids in nervous tissue: the incorporation of serine and ethanolamine into the phospholipids of isolated brain microsomes, J. Neurochem , 18, 1395-1417, 1971.
26. Pu, G.A..-W. and Anderson, R.E., Ethanolamine accumulation by photoreceptor cells of the rabbit retina , J. Neurochem , 42, 185-191, 1984.
27. Simonian, N.A., Hyman, B.T. Functional alterations in Alzheimer’s disease: diminution of cytochrome oxidase in the hippocampal formation. J. Neuropathol Exp Neurol 52: 580-585, 1993.
28. Sorbi , S., Bird, E.D., Blass, J.P. . Decreased pyruvate dehydrogenase complex activity in Huntington and Alzheimer brain, Ann. Neurol., 13, 72-78, 1983.
29. Wolfsensberger, M., Felix, D., Cuenod, M., 2-Aminoethanol as a possible neuromodulator in the pigeon optic tectum , Neurosci. Lett., 32, 53-58, 1982.
30. Zubenko, G.S.. Endoplasmic reticulum abnormality in Alzheimer’s disease: selective alteration in platelet NADH-cytochrome c reductase activity , J. Geriatr. Psychiatry Neurol., 2,3-10, 1989.

sábado, 20 de novembro de 2010

Selênio: contribui para a eliminação dos metais pesados do organismo, além de proteger o coração e favorecer o sistema imunológico

Selênio: além de proteger o coração, favorecer o sistema imunológico ou eliminar os metais pesados do organismo, provavelmente ajuda na prevenção do câncer, como o de cólon, próstata ou pulmões. Sem ele o organismo não pode produzir glutation, um dos melhores anti-oxidantes. Alimentos ricos em selênio são: a aveia, o arroz integral, os pêssegos e a Castanha do Pará.

Existem ainda dezenas de anti-oxidantes, todos eles disponíveis nos alimentos, sem necessidade de se ingerir complementos em cápsulas.


Fonte: hepato.com
Carlos Varaldo
Grupo Otimismo


O TRECHO SUPRA CONSTA DO FINAL DA SEGUINTE PUBLICAÇÃO:

Como evitar os temíveis radicais livres

Os anti-oxidantes são todos aqueles elementos que têm como função eliminar ou diminuir do organismo os radicais livres.

Para evitar a aparição dos radicais livres e necessário se evitar os elementos externos que aumentam o número de radicais livres. Entre estes fatores temos os seguintes:

- Ingestão de tóxicos (drogas, tabaco, álcool, etc.), produtos químicos (detergentes, inseticidas, herbicidas, conservantes e corantes dos alimentos, etc).

- Poluentes ambientais (fábricas, fumaça dos carros, etc).

- Stress. Uma situação de um estado de angústia pessoal rebaixa as defesas de nosso organismo, favorecendo o aumento de radicais livres e inibindo aquelas enzimas que poderiam neutralizá-los.

- Alimentação animal. Certos alimentos de origem animal, especialmente aqueles muito ricos em gorduras monoinsaturadas, provocam a aparição dos radicais livres. Uma boa maneira de evitá-los é preferir pescados ou carnes magras, todos eles, muito ricos em aminoácidos anti-oxidantes, como a cisteína, ou em minerais úteis no mesmo sentido como o selênio ou o cobre.

Também se obtêm benefícios ao se trocar os hábitos alimentares adotando uma alimentação que inclua produtos vegetais, capazes de proporcionar aqueles princípios que neutralizassem seus efeitos perniciosos. Entre os componentes principais que aparecem nas frutas, verduras ou hortaliças com um valor anti-oxidante, temos:

- Betacaroteno : O betacaroteno é um carotenóide. Trata-se de um pigmento vegetal que, uma vez ingerido, transforma-se no fígado e no intestino delgado em vitamina A. Além disso, como se transforma em vitamina A, resulta uma maneira adequada de beneficiar-se das propriedades desta vitamina, sem o perigo de intoxicação que pode acontecer numa ingestão exagerada da mesma como pode suceder com o uso de vitaminas em cápsulas.

Um excesso de betacaróteno leva a um estado de hipercarotenodermia, que se caracteriza por uma coloração amarelada da pele, que é inócua e desaparece sem seqüelas quando se deixa de ingerir mantimentos ricos em betacarotenos Entre estes temos a cenoura, a espinafre, o agrião, o aspargo, a abóbora, o tomate, etc.

- Vitamina C : além de suas propriedades anti-oxidantes, é igualmente importante esta vitamina para a adequada absorção do ferro, do cálcio ou de outros aminoácidos. De igual maneira ajuda na recuperação das feridas. Sua deficiência provoca uma debilidade geral no organismo, manifestada em sintomas como cabelo frágil, gengivas que sangram e feridas que não cicatrizam, perdida do apetite, etc.

Entre as principais mantimentos ricos nesta vitamina temos a acerola, o pimentão, os cítricos (laranja, limão, tangerina, etc.). Não é recomendável sua ingestão em cápsulas, pois em excesso no fígado pode ajudar a aumentar os níveis de ferro aumentando os radicais livres.

- Licopeno : É um componente identificado pela coloração vermelha, como nos tomates. Com propriedades similares aos betacarotenos das cenouras, que tem propriedades anticancerígenas. Aparece nos tomates frescos, mas especialmente nos cozidos, dado que a cocção ajuda a liberar este elemento e facilitar a absorção pelo organismo.

- Glutatión: O glutatión é outro componente com propriedades anti-oxidantes demonstradas, que ajuda a eliminar os radicais livres, responsáveis pela aparição de muitas enfermidades, entre as que se encontra o câncer. Este elemento, que aparece com maior quantidade nos brócolis, fundamentalmente na pele, pelo que deveremos comê-los crus em forma de saladas.

É um elemento muito adequado na eliminação das toxinas do corpo, especialmente dos metais pesados, que produzem deterioração do organismo por acumulação dos mesmos. Outros alimentos ricos neste componente são o alho, a batata, a espinafre e o milho. Também e necessário ressaltar sua capacidade para rebaixar a pressão arterial, favorecer o bom estado de nosso fígado.

- A Vitamina E: Protege as membranas celulares da oxidação mediante a proteção de seus ácidos gordurosos. Uma falta desta vitamina pode originar mudanças degenerativas nas células de alguns tecidos como as dos músculos e o coração.

As verduras e hortaliças de cor verde, assim como os vegetais ricos em óleos, são os que possuem mais quantidade desta vitamina, como, por exemplo as ervilhas, as nozes, o germe de trigo, os aspargos, o alface ou as sementes de girassol, que são as que têm o conteúdo mais alto. Se ingerida em cápsulas a dose não pode ser superior às 400 UI por dia, por um tempo máximo de três meses.

- Flavonóides : São compostos polifenólicos que aparecem em frutas e verduras e em algumas bebidas, como a cerveja ou o vinho. Entre estes compostos o mais importante é a quercitina que aparece em muitos alimentos vegetais como o alho, a cebola, a maça, a pêra, a uva e a espinafre, soja, chá verde.

Os flavonóides são potentes anti-oxidantes, além de intervir em uma série de processos benéficos para o organismo como potencializar a memória, potencializar a atividade anti-oxidante da vitamina C, evitar a formação de coágulos no sangue, potencializar a sexualidade masculina e o sistema imunológico.

- Cobre: Potencializa o sistema imunológico. Intervém na formação da hemoglobina do sangue. Uma boa fonte deste mineral e encontrada nos frutos secos como as avelãs, nozes, nos legumes, ou na soja.

- Zinco: Além de suas propriedades anti-oxidantes, intervém na maturação dos órgãos reprodutores ao aumentar a testosterona, hormônio reprodutivo masculino pelo que ajuda no normal crescimento de uma pessoa. Alimentos ricos em zinco são: o aipo, os aspargos, o figo, os pêssegos, a batata, as berinjelas, etc.

- Selênio: além de proteger o coração, favorecer o sistema imunológico ou eliminar os metais pesados do organismo, provavelmente ajuda na prevenção do câncer, como o de cólon, próstata ou pulmões. Sem ele o organismo não pode produzir glutation, um dos melhores anti-oxidantes. Alimentos ricos em selênio são: a aveia, o arroz integral, os pêssegos e a Castanha do Pará.

Existem ainda dezenas de anti-oxidantes, todos eles disponíveis nos alimentos, sem necessidade de se ingerir complementos em cápsulas.



Fonte: hepato.com
Carlos Varaldo
Grupo Otimismo

domingo, 17 de outubro de 2010

DICAS DA TERAPIA ORTOMOLECULAR

NEURÓBICA - GINÁSTICA DO CÉREBRO

MUSCULAÇÃO FORTALECE O CÉREBRO

DICAS DA TERAPIA ORTOMOLECULAR



1. DIFICULDADE DE PERDER PESO

O QUE ESTÁ FALTANDO: ácidos graxos essenciais e vitamina A.
ONDE OBTER: semente de linhaça, cenoura e salmão - além de suplementos específicos.

2. RETENÇÃO DE LÍQUIDOS

O QUE ESTÁ FALTANDO: na verdade um desequilíbrio entre o potássio, fósforo e sódio.
ONDE OBTER: água de coco, azeitona, pêssego, ameixa, figo, amêndoa, nozes, acelga, coentro e os suplementos.

3. COMPULSÃO A DOCES

O QUE ESTÁ FALTANDO: cromo
ONDE OBTER: cereais integrais, nozes, centeio, banana, espinafre, cenoura + suplementos.

4. CÂIMBRA, DOR DE CABEÇA

O QUE ESTÁ FALTANDO: potássio e magnésio.
ONDE OBTER: banana, cevada, milho, manga, pêssego, acerola, laranja.

5. DESCONFORTO INTESTINAL, GASES, INCHAÇO ABDOMINAL

O QUE ESTÁ FALTANDO: lactobacilos vivos. ONDE OBTER: coalhada, iogurte, missô, yakult e similares.

6. MEMÓRIA RUIM

O QUE ESTÁ FALTANDO: acetilcolina, inositol.
ONDE OBTER: lecitina de soja, gema de ovo + suplementos.

7. HIPOTIREOIDISMO (PROVOCA GANHO DE PESO SEM CAUSA APARENTE)

O QUE ESTÁ FALTANDO: iodo.
ONDE OBTER: algas marinhas, cenoura, óleo, pêra, abacaxi, peixes de água salgada e sal marinho.

8. CABELOS QUEBRADIÇOS E UNHAS FRACAS

O QUE ESTÁ FALTANDO: colágeno.
ONDE OBTER: peixes, ovos, carnes magras, gelatina + suplementos.

9. FRAQUEZA, INDISPOSIÇÃO,
MAL-ESTAR

O QUE ESTÁ FALTANDO: vitaminas A, C, e E e ferro.
ONDE OBTER: verduras, frutas, carnes magras e suplementos.

10. COLESTEROL E TRIGLICERÍDEOS ALTOS

O QUE ESTÁ FALTANDO: Ômega 3 e 6 ONDE OBTER: sardinha, salmão, abacate, azeite de oliva.

Cozinhe a seu favor...

- Evite a ingestão de queijos e carnes gordas e frituras. A gordura acelera o processo de oxidação dos alimentos.

- Cozinhe os alimentos no vapor ou até 100ºC, pois muito calor também oxida os alimentos.

- Evite utensílios de alumínio; os resíduos desse metal são tóxicos e podem ficar nos alimentos.

- Preferir panelas de vidro ou antiaderentes.

- Em hipótese alguma, aqueça os seus alimentos em embalagens e recipientes de plástico no microondas.

GELATINA TEM AÇÃO EFICAZ NA PROMOÇÃO DA SAÚDE E BELEZA

Com poucas calorias e bastante versatilidade, a gelatina é uma aliada daqueles que procuram manter uma alimentação saudável regularmente. Sem gordura, nem colesterol, e com muita água ela é uma opção e tanto para quem procura se alimentar bem. Em função da sua ação no nível gástrico e como se liga a uma grande quantidade de água, a gelatina produz um ativo efeito de saciedade. Assim também é uma opção para quem está de dieta ou procura alimentos com poucas calorias. Ela é composta por cerca de 84 a 90% de proteína, 8 a 15% de água, 1 a 2% de sais minerais e tem em sua composição subprodutos do colágeno, proteína predominante na pele, ossos, cartilagens, tendões e tecido conjuntivo. O colágeno representa cerca de 25% de toda proteína do organismo humano e tem uma função primordialmente estrutural, ou seja, dá sustentação às células, mantendo-as unidas.

De acordo com a nutróloga Tamara Mazaracki, ela é recomendável porque além de ser pouco calórica, fornece nove dos dez aminoácidos essenciais ao corpo, beneficiando a síntese do colágeno e auxiliando na nutrição dos tecidos. As propriedades do colágeno fazem dele um ingrediente especial e importante. A gelatina oferece uma combinação multifuncional única de propriedades tecnológicas e promotoras da saúde. O uso da mesma tem dado resultados positivos principalmente no fortalecimento dos ossos, na prevenção de doenças como osteoporose, na nutrição desportiva, promovendo maior resistência e também na manutenção da beleza, auxiliando o crescimento e brilho das unhas, dos cabelos e da pele. Para quem procura um efeito mais rápido e não quer ingeri-la somente como sobremesa, é só procurar a gelatina hidrolisada (também chamada de colágeno hidrolisado). Esta pode ser diluída em meio copo de água ou adicionada em sucos, leite, sopas, chás, com dose diária de 10g (1 colher de sopa), ensina a nutróloga'.

LEITE, ESPINAFRE E SALMÃO COMBATEM A ARTROSE

O pensamento de que a artrose não tem cura, e o máximo que se pode fazer é suportar as dores, já caiu por terra. A medicina ortomolecular mostra que por meio de leite, tomate, espinafre, kiwi, salmão, entre outras frutas, verduras, legumes, o paciente pode adquirir uma melhor qualidade de vida. O tratamento à base da reposição de zinco, magnésio, cálcio e vitaminas diminui a dor, a rigidez das articulações e aumenta a capacidade geral do indivíduo.

Ao longo dos tempos, o homem vem se saciando pela quantidade e não pela qualidade, o que na prática leva ao desequilíbrio de nutrientes vitais para o organismo. É com esse intuito que o tratamento fornece energia ao organismo, mostrando a maneira correta de se alimentar. Legumes e verduras crus são uma fonte de sais minerais, vitaminas e fibras. Já frutas são alimentos ricos em energia e mantêm a saúde através de suas vitaminas, sais minerais e enzimas, além de varrer os radicais livres.

A artrose surge a partir dos 30 a 40 anos, de forma silenciosa, podendo causar desde desvios de direção nos joelhos até alterações do metabolismo. Caracterizada pelo desgaste da cartilagem articular, associada às alterações perto da cartilagem como os ossos, a membrana sinovial e o líquido sinovial, a doença se estabelece principalmente na coluna, nos ossos das mãos, nos pés e na bacia. No entanto, quanto mais cedo for diagnosticada, melhores serão os resultados obtidos.

Os principais aliados ao combate da artrose são:
Zinco - promove a liberação do hormônio do crescimento, participa da estrutura dos ossos e dentes. Encontrado em ovos, cereais e carnes vermelhas.

Cálcio - componente estrutural dos ossos, sua deficiência pode levar à osteoporose, ao raquitismo. Encontrado no leite e derivados, brócolis e abóbora.

Selênio - melhora as condições da cartilagem. Encontrado no alho, cebola, cogumello (champions) e castanha-do-pará.

Magnésio - fixa o cálcio nos ossos e dentes. Sua falta pode dar ausência de crescimento ósseo. Encontrado na soja, salmão, espinafre, caju e abacaxi.

Boro - melhora o balanço de cálcio negativo no sangue. Sua deficiência pode levar à osteoporose. Ele é encontrado no figo, pêssego, uva, pêra. A água também é uma fonte de boro, dependendo da sua origem.

Vitamina D - previne fraturas. Sua diminuição afeta o crescimento ósseo, podendo levar ao raquitismo e osteoporose. Encontrada no fígado, ovo e banhos de sol.

Vitamina K - proteína responsável pela fixação do cálcio aos ossos; previne a osteoporose, participando ativamente da formação óssea. Encontrada no iogurte, alfafa, gema de ovo, óleo de açafrão, óleo de soja, óleo de fígado de peixe, algas e verduras.

Vitamina C - tem influência decisiva no metabolismo do tecido ósseo e da cartilagem, sua deficiência pode causar alterações de crescimento. Encontrada no tomate, couve-flor, kiwi e laranja.

MELHORE O SEU DIA-A-DIA

Hábitos nocivos diminuem produtividade no dia-a-dia

Muitos fatores colaboram para a diminuição de sua produtividade diária. Noites maldormidas, alimentação inadequada, intestino preguiçoso pela manhã stress no trânsito e vários costumes nocivos contribuem para que o organismo não consiga desempenhar bem todos os papéis necessários que poderiam garantir um excelente dia. Aqui estão algumas dicas básicas para você se sentir mais leve durante a jornada diária, colaborando para seu bem- estar físico e disposição.

1 - Comece preparando-se para uma boa noite de sono. Procure serenar a mente pelo menos 30 minutos antes de se deitar com uma leitura agradável ou uma boa música. Quando dormimos mal ocorre um atraso na produção da melatonina, que é uma substância responsável pelo funcionamento correto do organismo em momentos específicos do dia, como o controle da pressão arterial, freqüência cardíaca, liberação de hormônios e funcionamento de todos os órgãos, inclusive dos intestinos.

2 - Leite quente, com bolachas, é uma ótima opção para uma boa noite de sono, pois favorece a produção de serotonina, outro hormônio igualmente importante para acalmar os ânimos. Sua baixa é fator determinante para ocasionar sintomas de depressão, irritabilidade, impulsividade ou excesso de apetite.

3 - Pela manhã, procure se levantar 15 minutos antes do horário previsto, para uma pequena sessão de alongamento, deixando para trás possíveis dores no corpo e facilitando a entrada de oxigênio nos pulmões e conseqüentemente no sangue. Um organismo mais oxigenado propicia um melhor funcionamento do sistema imunológico, além de trazer bem-estar e disposição.

4 - Não tenha pressa, faça seu intestino funcionar todas as manhãs, antes do banho. Intestinos cheios liberam muitas toxinas para o sangue, deixando as pessoas irritadas e enfezadas, como o próprio nome já diz, além de prejudicar a absorção de vitaminas pelo organismo. O intestino pode ser educado para funcionar em casa pela manhã. De preferência não vá ao banheiro no trabalho, pois é um local infectado, por mais limpo que pareça.

5 - Combata o stress e o nervosismo diário alimentando-se com fontes produtoras de Triptofano, como o leite e iogurte desnatados, queijos brancos e magros, carnes magras, peixes, nozes, banana, arroz, batata, feijão, lentilha, castanhas, abacate, soja e carboidratos.

6 - Durante o dia levante-se de hora em hora para fazer alongamentos, melhorando a respiração e a postura.

7 - Evite falar por longos períodos em aparelhos celulares e procure não se expor ao computador por períodos muito longos. Coloque uma solução de água e sal ao lado do computador, minimizando os índices de eletromagnetismo nocivo do ambiente.

8 - Diminua o número de xícaras de café e tome muita água durante o dia, mesmo que tenha que abandonar o trabalho várias vezes durante a jornada para ir ao banheiro. Lembre-se: Seu corpo está funcionando. Sem água seu sangue fica grosso, o que dificulta a circulação e atrapalha o funcionamento do sistema imunológico. Todas estas medidas farão com que seu organismo funcione de forma muito mais eficiente, seu sistema imunológico fique muito mais ativo, sua circulação sanguínea melhore, seu humor se transforme para que você consiga enfrentar todos os desafios que se apresentam durante o seu período de trabalho.

NEURÓBICA - GINÁSTICA PARA O CÉREBRO



Trocar de mão para escovar os dentes é bom para o cérebro. O simples gesto de trocar de mão para escovar os dentes, contrariando a rotina e obrigando a estimulação do cérebro, é uma nova técnica para melhorar a concentração, treinando a criatividade e inteligência e, assim, realizando um exercício de NEURÓBICA.

Uma descoberta dentro da Neurociência vem revelar que o cérebro mantém a capacidade extraordinária de crescer e mudar o padrão de suas conexões. Os autores desta descoberta, Lawrence Katz e Manning Rubin (2000), revelam que a NEURÓBICA, a 'aeróbica dos neurônios', é uma nova forma de exercício cerebral projetada para manter o cérebro ágil e saudável, criando novos e diferentes padrões de atividades dos neurônios em seu cérebro.

Cerca de 80% do nosso dia-a-dia é ocupado por rotinas que, apesar de terem a vantagem de reduzir o esforço intelectual, escondem um efeito perverso: limitam o cérebro. Para contrariar essa tendência, é necessário praticar exercícios 'cerebrais' que fazem as pessoas pensarem somente no que estão fazendo, concentrando-se na tarefa. O desafio da NEURÓBICA é fazer tudo aquilo que contraria as rotinas, obrigando o cérebro a um trabalho adicional '

Tente fazer um teste:

01 - Use o relógio de pulso no braço direito; 02 - Escove os dentes com a mão contrária da de costume;
03 - Ande pela casa de trás para frente; (vi na China o pessoal treinando isso num parque);
04 - Vista-se de olhos fechados;
05 - Estimule o paladar, coma coisas diferentes;
06 - Veja fotos de cabeça para baixo;
07 - Veja as horas num espelho;
08 - Faça um novo caminho para ir ao trabalho;
09 - Converse com o vizinho que nunca dá bom dia...
10 - Comece agora trocando o mouse de lado.

A proposta é mudar o comportamento rotineiro. Tente, invente, faça alguma coisa diferente e estimule o seu cérebro. Vale a pena tentar!

Enviado por: Analuiza Paiva


MUSCULAÇÃO FORTALECE O CÉREBRO

Ter um corpo com músculos definidos é sinal de inteligência. Pesquisas americanas indicam que os exercícios de força associados a treinamento aeróbio ativam os neurônios e retardam o envelhecimento do cérebro. Um dos motivos é que a atividade física estimula genes que regulam o órgão.

Os dados foram apresentados no III Congresso Brasileiro de Nutrição Esportiva Funcional e IV Congresso Internacional de Nutrição Clínica Funcional, na sede da Fecomércio, em São Paulo. Especialistas discutiram ainda como usar os alimentos para prevenir e controlar desequilíbrios do organismo. De acordo com estudos, a prática de exercícios aumenta a oxigenação no cérebro.

Este é apenas um dos benefícios da malhação. Segundo o pesquisador Michael Colgan, do American College of Sports Medicine e da British Society for Nutritional Medicine, o esforço produz novas mitocôndrias, organela responsável pela produção de energia.

Para fabricar mais mitocôndrias, o cérebro acaba estimulando a formação de neurônios, a neurogênese. — Antes se dizia que isso era impossível, que as pessoas nasciam com certo número de neurônios e eles morreriam com os anos. Hoje sabemos que o cérebro cria novas células o tempo todo — diz Colgan, autor de livros sobre o tema, como “Save your brain” (Salve o seu cérebro), ainda não lançado no Brasil.

É por essa razão que o foco da pesquisa em atividade física tem sido quais genes ela regula e como eles afetam a expressão de DNA, a síntese de RNA, entre outras reações. — Não se trata apenas de oxigenar o cérebro, mas como os exercícios afetam a base de nosso código genético e a sua expressão — afirma Colgan. Malhação, portanto, é um dos melhores combustíveis para os neurônios. Se a pessoa tem pouca massa muscular tem dificuldade em oxidar as gorduras. — Quando se perde músculos, há aumento de peso e maior risco de doenças, como diabetes, síndrome metabólica, problemas cardiovasculares, mal de Alzheimer e outros males crônicos.

Os músculos são os principais órgãos capazes de oxidar a gordura. Má nutrição afeta a libido e causa impotência Colgan recomenda o equilíbrio nas séries para obter mais vantagens. Os músculos têm duas fibras básicas: a de contração rápida, que oxida carboidratos, e a lenta, que oxida gorduras. Exercícios aeróbicos, como caminhada, corrida, ciclismo e natação, aumentam o número de fibras de contração lenta. Já exercícios de força aumentam a massa muscular e o número de fibras de contração rápida, de explosão. Estas ajudam a queimar os açúcares (carboidratos). Se a pessoa pratica muito exercício de força, perde fibras lentas.

Ao exagerar no treino aeróbico, perde massa muscular. Outros estudos confirmam a teoria de que exercício físico é bom para o cérebro. Pesquisa realizada com 138 voluntários na Universidade de Melbourne, na Austrália, e publicada no “Journal of the American Medical Association”, indicou que a atividade física melhora a função cognitiva de pessoas acima de 50 anos e com leve falha de memória. Porém, só malhar é pouco. Colgan e especialistas reunidos no congresso recomendam a nutrição funcional, que visa a recuperar o equilíbrio bioquímico nas células. A partir de uma boa história clínica, de exames laboratoriais, mapeamento genético e polimorfismo enzimático — quando necessários — é possível traçar o perfil nutricional de cada um. Os exames são feitos no exterior, principalmente nos Estados Unidos, por meio de laboratórios conveniados no Brasil (cobram a partir de R$ 800).

Há testes que avaliam a hipersensibilidade a nutrientes, numa lista de 94 a 270 alimentos. Essa hipersensibilidade muitas vezes é responsável por doenças crônicas, alergias, fibromialgia, obesidade, hiperatividade e até depressão e demência. A idéia da nutrição funcional é regular os desequilíbrios orgânicos de acordo com a individualidade bioquímica e controlar o estresse oxidativo. Nem sempre é necessário se submeter a exames caros para descobrir isso. O mineralograma, por exemplo, muito usado em medicina ortomolecular não é reconhecido pelo Conselho Federal de Medicina e só mostra a contaminação por metais tóxicos. — Não há exame específico que aponte a necessidade exata de nutrientes em cada organismo.

O acompanhamento clínico permite observar a reação do organismo a determinados alimentos. Isto leva tempo e requer adesão do paciente. Até o aspecto das unhas revela deficiência ou excesso de nutrientes. Há pessoas com testes laboratoriais normais que se sentem mal, o que pode ser causado por nutrição inadequada — diz Valéria Paschoal, diretora da VP Consultoria Nutricional e organizadora do Congresso de Nutrição Clínica Funcional. Má nutrição afeta até a vida sexual. Valéria explica que a disfunção erétil e a frigidez ou falta de desejo sexual podem piorar ou serem desencadeadas por falta de nutrientes que produzem óxido nítrico, como alimentos ricos em arginina (soja e oleaginosas, por exemplo) que melhoram o fluxo de sangue. Fontes de resveratrol, como chocolate amargo, suco de uva e vinho (sem excessos) e magnésio, encontrado em vegetais de folhas escuras, frutos do mar e peixes, são outros bons alimentos para produzir o óxido nítrico.

A frigidez na mulher pode estar associada à deficiência de zinco, que atua em hormônios. Mas a nutricionista lembra que um alimento bom para uma pessoa, pode fazer mal a outra. — As dietas que focam apenas na contagem de calorias e açúcares não fazem mais sentido. É preciso escolher os alimentos de acordo com as características individuais. Até as queixas menos graves, como cansaço e falta de ânimo, são resultado de um estresse oxidativo por do desequilíbrio nutricional — diz Valéria.

Receitas para vida saudável

Nos dois congressos de nutrição especialistas discutiram ainda o uso de nutrientes no controle do estresse, no bem-estar físico e mental, na prevenção do envelhecimento precoce e em tratamentos de beleza.

CORPO EM FORMA: Para o organismo funcionar bem é preciso consumir 54 nutrientes variados todos os dias, e muita gente não segue esta recomendação, segundo o pesquisador Michael Colgan. Uma parcela grande da população ingere pouca quantidade necessária de todas as vitaminas e minerais. Por isso, a Academia Nacional de Ciências dos EUA e o Instituto de Medicina recomendam que a maioria dos americanos tome suplementos vitamínicos diariamente. Esses suplementos também devem ser usados pelas crianças e por mulheres durante a gravidez.

MENOS ESTRESSE: O estresse físico e emocional causa desequilíbrio hormonal e gera um processo chamado fadiga adrenal, no qual as glândulas supra-renais funcionam mal. Hábitos alimentares e dieta inadequada pioram a situação, segundo a nutricionista Patrícia Davidson. Ela recomenda evitar produtos industrializados e com agrotóxicos, consumo exagerado de adoçantes (têm alta carga tóxica e não auxiliam a supra-renal a produzir hormônios), baixo consumo de alimentos ricos em vitamina C e de gorduras (deve-se evitar as saturadas) — os hormônios da suprarenal são obtidos a partir de colesterol —; pouco consumo de vitaminas do complexo B (principalmente B5 que ajuda na produção de hormônios e está presente em cereais integrais e leguminosas) e de alimentos ricos em magnésio (encontrado em maior quantidade em cereais integrais, leguminosas, folhas verdes escuras), importante para produzir os hormônios adrenais. Deve-se evitar abuso de carboidratos de alto índice glicêmico (pão francês, biscoito, massas, açúcar, arroz branco, batata, mel e doces) que elevam rapidamente a glicose e causam perda de energia. O álcool reduz a capacidade de o fígado lidar com as toxinas, fazendo com que elas permaneçam no sistema e levem ao acúmulo de gordura no coração e ao enfraquecimento do sistema imunológico. Para aliviar o estresse, Patrícia recomenda alimentos como aipo, gengibre e grãos integrais, que auxiliam na absorção de nutrientes, reduzem a liberação de hormônios estressantes e melhoram a concentração.

PLANTAS ANTIOXIDANTES: Uma maneira de neutralizar o dano oxidativo é fazer dieta rica em fitoquímicos com propriedades antioxidantes, encontrados em vegetais. A nutricionista e bioquímica Lucyanna Kalluf explica que o alho, por exemplo, previne o envelhecimento cerebral e a demência por ser rico em fitoquímicos antioxidantes. O chá verde tem potencial antiinflamatório e anticâncer graças ao componente EGCG. Ela destaca ainda a linhaça, que tem alto teor de lignanas que agem no equilíbrio dos receptores hormonais e diminuem a agregação de placas.

CÉREBRO SAUDÁVEL: O cientista Colgan diz que existem cerca de 20 nutrientes essenciais na prevenção do mal de Alzheimer. Os mais importantes são o ácido glicólico, o aminoácido L-carnitina, o ácido retinóico e a acetilcisteína. Deve-se consultar nutricionista ou médico para saber como consumir essas substâncias de forma saudável.

REJUVENESCIMENTO: A nutrição influencia diretamente a saúde da pele, ao modular a síntese do colágeno e de hormônios. Segundo a nutricionista Eliane Tagliari, a recomendação diária deve ser de acordo com individualidade bioquímica de cada um, mas há nutrientes com um papel mais importante, como silício, selênio, coenzima Q10, ácido alfalipóico, quercetina, resveratrol, silimarina, magnésio, cálcio e complexo B. Mesmo os idosos podem se beneficiar, quando melhoram a absorção desses nutrientes através da recuperação da flora intestinal e da produção de enzimas digestivas. Uma boa hidratação é fundamental.

Autor: Antônio Marinho

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Carta de Dilma sobre aborto e liberdade religiosa

Plantão | Publicada em 15/10/2010 às 17h15m
Reuters/Brasil Online

BRASÍLIA (Reuters) - Veja a íntegra de mensagem assinada pela candidata do PT à Presidência, Dilma Rousseff, sobre aborto, liberdade religiosa e família, divulgada nesta sexta-feira.

Mensagem da Dilma

Dirijo-me mais uma vez a vocês, com o carinho e o respeito que merecem os que sonham com um Brasil cada vez mais perto da premissa do Evangelho de desejar ao próximo o que queremos para nós mesmos. É com esta convicção que resolvi pôr um fim definitivo à campanha de calúnias e boatos espalhados por meus adversários eleitorais. Para não permitir que prevaleça a mentira como arma em busca de votos, em nome da verdade quero reafirmar:

1. Defendo a convivência entre as diferentes religiões e a liberdade religiosa, assegurada pela Constituição Federal;

2. Sou pessoalmente contra o aborto e defendo a manutenção da legislação atual sobre o assunto;

3. Eleita presidente da República, não tomarei a iniciativa de propor alterações de pontos que tratem da legislação do aborto e de outros temas concernentes à família e à livre expressão de qualquer religião no País.

4. O PNDH3 é uma ampla carta de intenções, que incorporou itens do programa anterior. Está sendo revisto e, se eleita, não pretendo promover nenhuma iniciativa que afronte a família;

5. Com relação ao PLC 122, caso aprovado no Senado, onde tramita atualmente, será sancionado em meu futuro governo nos artigos que não violem a liberdade de crença, culto e expressão e demais garantias constitucionais individuais existentes no Brasil;

6. Se Deus quiser e o povo brasileiro me der, a oportunidade de presidir o País, pretendo editar leis e desenvolver programas que tenham a família como foco principal, a exemplo do Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida e tantos outros que resgatam a cidadania e a dignidade humana.

Com estes esclarecimentos, espero contar com vocês para deter a sórdida campanha de calúnias contra mim orquestrada. Não podemos permitir que a mentira se converta em fonte de benefícios eleitorais para aqueles que não têm escrúpulos de manipular a fé e a religião tão respeitada por todos nós. Minha campanha é pela vida, pela paz, pela justiça social, pelo respeito, pela prosperidade e pela convivência entre todas as pessoas.